tudo é provisóriamente eterno para os poetas... tudo é eternamente provisório para os amantes e o poema apenas a configuração do instante.

-Capinam-

5 de dezembro de 2008


Diga NÃO à redução da maioridade penal.

A discussão sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos ultrapassou as paredes da Câmara dos Deputados.
A idéia equivocada de segregar e punir jovens infratores vêm ganhando força de forma assustadora na opinião pública, junto com a “crença” de que a questão precisa ser tratada na esfera policial e não no âmbito da garantia de direitos, principalmente entre os/as jovens. Acreditar que essa saída pode diminuir a escalada da violência é uma atitude muito simplista.
Punir e segregar jovens não impedirá que a violência avance e se reproduza. A QUESTÃO DA DESIGUALDADE E DE OPORTUNIDADES NÃO ESTÁ SENDO DISCUTIDA. A ação precisa garantir o desenvolvimento dos/as adolescentes e jovens para impedir que se amplie e exclusão social e o avanço da violência que tem ocorrido não apenas entre jovens, mas em toda a sociedade.
Uma das formas de se solucionar o problema é melhorar o sistema de proteção social, assim como fortalecer as políticas públicas e sociais, respeitando os/as jovens como cidadãos/ãs portadores/ras de direitos.
Uma grande caminhada sempre começa com um passo, portanto, faça sua parte em negar essa futura prática exagerada.
É importante lembrar que agora são os de 16 anos, com a redução de maioridade serão os de 14 que serão usados nos crime e assim sucessivamente. Dessa forma dá pra perceber o quão falha seria essa nova lei na prática.
Digo isso fora o fato de que prisão não faz a pessoa ser boa. Muito pelo contrário, quantos de nos já não soubemos de furtadores que saíram da prisão como ladrões de banco ou praticantes de delitos piores? É esse futuro que queremos pra juventude desse país eu quando termina sua pena e vai para as ruas, não consegue emprego em lugar nenhum vindo a voltar aos crimes?

30 de novembro de 2008


A invasão cultural norte-americana e as CRIANÇAS!

No mundo dos brinquedos a presença dos invasores pode ser detectada em jogos de pinturas, quebra-cabeças, miniaturas, armas de guerra, bonecos que até perdemos a conta.
Nos materiais escolares, os personagens aparecem em capas de fichário e cadernos, no invólucro de pacotes de papel, em canetas, borrachas e outras coisa relacionadas a educação infantil.
É o controle do spider man, superman, X-men, e Hulk só para citar alguns.
O mesmo acontece no setor de decoração de quartos e de festas para crianças. Nessa festas, desde guardanapos, pratos e copos de papel até os enfeites que decoram a mesa de doces, o bolo e as paredes, todos são inspirados em algum personagem de filme, seriado, quadrinho, brinquedo ou game de origem norte-americana. Em outras palavras, as festas infantis são agora temáticas mas os temas raramente são os da cultura brasileira.
É interessante também analisar os tipos de bonecas que mais tem atraídos nossas crianças.
São bebês loiros, de olhos azuis, bem nutridos e facilmente identificáveis, em seus traços fisionômicos. Com baby faces norte-americanas. Há outras bonecas que representam crianças já mais crescidinhas, mas seu aspecto físico e suas vestimentas, acima de qualquer suspeita, são também replicas de modelos de meninas norte-americanas.
E as bonecas negrinhas, mulatas, caboclas, curumins? E os bonecos meninos? Praticamente não existem no mundo de fantasias infantis proporcionado pelos produtores de brinquedos...
Que tipo de educação está por vir?
Carta à minhas memórias – parte I.

A noite vai caindo e nem vi o por do sol. Sento-me a porta de casa para apreciar a simplicidade das pessoas passando, da pressa dos automóveis, dos bocejos de cansaço e de muitas outras coisas interessantes de se ver e que só dependem do modo que são vistas para mostrar sua beleza.
Hoje começaram as aulas e pode-se ver as crianças e jovens passarem rumo a suas casas depois de um dia de estudos. De certa forma muitos não levam a sério essa fase da vida e alguns se conscientizam do que perderam quando é tarde demais. Quão ignorantes podemos ser até que soframos as conseqüências de nossos atos impensados?
A lua está linda como em muitos momentos de muitas juventudes. Reclama-se mais indignação e protesto por parte dos jovens, mas é bom perceber que não são só eles os culpados pelas mazelas atuais das sociedades.
O que se diz dos pais que muito preocupados em ganhar dinheiro para sustentar suas famílias trabalham em empregos burocráticos, sem graça, que os fazem baixar a cabeça e se submeter a opiniões que muitas das vezes contradizem seus princípios, chegando até a contribuir para um mundo mais corrupto? Onde estão nossos amigos enquanto estamos estudando, discutindo e lutando? Podem estar se drogando e se prostituindo sem saber. Talvez até se perdendo nos vazio de existência que a vida tem e que é inexplicável. Enquanto muitos estão por aí a destruir suas vidas como bem entendem, eu me destruía também. Me trancava dentro do quarto escuro ouvindo músicas que não diziam nada enquanto eu também não queria fazer nada da minha vida.
O que seria essa tal de conscientização de que todos falam? Sair na rua para clamar por direitos! Mas de que adianta para si a mobilização se quando se volta para casa todos assistem novela e agem do mesmo modo?
Por conta disso e de outros motivos, já me decepcionei comigo e é muito fácil se chegar à decepção. Já me decepcionei com o mundo, com Deus, com meus amigos, com os estudos e com a vida em si, mas depois percebemos que a verdadeira decepção somos nós mesmos que não fazemos nada para mudar a situação que nos incomoda.